
Ah coração de índio, um choro de cada vez
Arco e flecha e bala de canhão
Tem funções diferentes
Atira tua flecha em meu peito
Quero descer a solidão e chorar torturas
Vou te jogar num calabouço
Pois essa é minha sina
O branco nada vê e nada ouve
E minha alma quer te matar
Mas teus choros não deixam disparar o gatilho
Por favor, sua flecha em meu peito
Ó pajé de todas as forças,
Ó curandeiro de todas as fés
Que lança cortante me parta ao meio
Sete choros de um índio dentro de mim
Aquele que tudo ama, tudo suporta, tudo protege
Tudo cultiva, frutifica, tudo se priva, sufoca
Todo amor, toda dor, divididos numa emoção
Ó pajé de todas as forças
Ó curandeiro de todas as fés
Flecha em meu peito, suplico!
Faz-me coração de índio, essa é minha sina
Só a dor da flecha faz acordar um branco
Só a coragem da flecha faz dormir um índio.
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