segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sina de branco é sonhar em ser índio


Ah coração de índio, um choro de cada vez

Arco e flecha e bala de canhão

Tem funções diferentes

Atira tua flecha em meu peito

Quero descer a solidão e chorar torturas

Vou te jogar num calabouço

Pois essa é minha sina

O branco nada vê e nada ouve

E minha alma quer te matar

Mas teus choros não deixam disparar o gatilho

Por favor, sua flecha em meu peito

Ó pajé de todas as forças,

Ó curandeiro de todas as fés

Que lança cortante me parta ao meio

Sete choros de um índio dentro de mim

Aquele que tudo ama, tudo suporta, tudo protege

Tudo cultiva, frutifica, tudo se priva, sufoca

Todo amor, toda dor, divididos numa emoção

Ó pajé de todas as forças

Ó curandeiro de todas as fés

Flecha em meu peito, suplico!

Faz-me coração de índio, essa é minha sina

Só a dor da flecha faz acordar um branco

Só a coragem da flecha faz dormir um índio.

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