sexta-feira, 8 de junho de 2012

Um conselho pode gerar um milagre

Esse texto foi lido hoje pela manha aqui no MVV, e me fascinou, como eu aprendi e espero que esses conselhos possam geram em sua vida um milagre:



O texto abaixo foi escrito para uma formatura da FAAP, por Nizan Guanaes, que foi o paraninfo da turma. Olhem só o que este publicitário escreveu. Deve ser por isso que é um dos melhores redatores do mundo e dono da DM9 (agência que criou os bichos da Parmalat)
“Dizem que conselho só se dá a quem pede.
E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentando acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar de minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns que julgo valiosos.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame o seu oficio com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar que o dinheiro virá como consequência. Quem só pensa em dinheiro não cosegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou seis milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou dezesseis anos pintando a Capela Cistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham, porque são incapazes de sonhar. E, tudo o que fica pronto na vida, foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
‘_Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum do mundo.’
E ela respondeu:
‘_Eu também não, meu filho.’
Não estou fazendo, com isso, nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que, pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda no padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e, uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: “Seja quente ou seja frio. Não seja morno que eu te vomito”. É exatamente isso que está escrito na carta a Laudicéia: Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito, ou seja, é preferível o erro à omissão, o fracasso ao tédio, o escândalo ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer , o remanso.
Colabore com o seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, na jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e um saco de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias aos seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer, “Eu não disse! Eu sabia!”. Toda família tem um tio batalhador e bem de vida e, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.
Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem começar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. Das 8 às 12, das 12 às 8 e mais, se for preciso. Trabalho não mata, ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este pais cheio de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito o que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses, que trabalham de sol a sol, construíram, em menos de 50 anos, a segunda maior mega potência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos dos seus colegas dirão que você está perdendo a sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas. Mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço. E só o trabalho o leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E, isso se chama “Sucesso”!

Nenhum comentário: