quinta-feira, 18 de abril de 2013

Não gosto de calçadas!





Pois é. Nunca tive muita paciência para andar em calçadas! Aquelas senhoras enormes puxando seus netos, grupinhos de garotas com as camisas de seus uniformes amarradas na mochila (pois já estavam com outra blusa por baixo... espertas não?) que acabaram de sair da escola admirando as vitrines das lojas... e, por falar em lojas, ainda tem os seus vendedores que ficam tentando atrair clientes e aumentar suas comissões mensais, os toldos que são colocados por conta do sol da tarde... sem contar com os mendigos, o pessoal da  panfletagem e os vendedores de "alguma coisa importada". Nossa! Parece que o mundo está nas calçadas!

"Gente! Eu preciso chegar sem atraso em meu compromisso."  "Eu só tenho 1 hora de almoço para pagar essa conta e voltar. e vocês ai ficam 'desfilando' na minha frente!"  "Ow tia, apresse o passo aí por favor." "huuum, se eu andar mais rápido, eu pego à direita e desvio desse velhinho, à esquerda desvio dessa senhora e ali mais na frente está mais vago para andar." Se algumas dessas frases já passaram na sua cabeça, você entende exatamente do que estou falando.

Mais que isso, eu percebi que eu não gosto de calçada nenhuma, nem aquelas de bairro, que não tem ninguém transitando nelas. Daí comecei a me perguntar: de onde surgiu esse negocio de não gostar de calçadas? E depois de muito pensar, lembrei: meu pai não gosta de calçadas, matei a charada! Começo agora a entrar de fato no que queria falar nesse texto. 

Não herdei do meu pai somente o "dom" de não gostar de calçadas. Herdei dele o senso político, futebolístico e automobilístico. Já da minha mãe herdei o prazer de ajudar os outros, o bom gosto musical, o pavor de barata e aversão de pepino. São características deles, que já estão tão incrustadas em mim, que já são minhas. Fazem parte de quem sou.

Muitas das nossas opiniões são formadas por conta do modo de pensar de nossos pais ou das pessoas que estão ao nosso redor, daquilo que não é somente ensinado, mas vivenciado dentro de casa, nas atitudes e posições. Eu torço pelo Treze da Paraíba por influência de meu pai, mas no Rio sou botafoguense por conta do meu padrasto. Sou organizada por influencia drástica de minha madrasta, porém sou metódica e didática, pois minha mãe é assim. 

Mas e Deus? Deus também é nosso Pai, e que Pai! Tem tanto para nos ensinar, nos acrescentar, influenciar no nosso modo de viver e de ser. Em nossa caminhada uns ainda são meninos, outros já estão mais crescidinhos, já consegue andar sozinhos, mais alguns estão correndo por aí, porém todos nós somos da mesma escola: A escola do Espírito Santo. Só estamos em salas de aula diferentes.

Existem em Deus traços de seu caráter, daquilo que ele é, que devem estar tão fortes em nós que acabam por se tornar características nossas. Não tem como ser filho de Deus -  o Justo - e não agir em justiça; ser filho de um Pai bondoso e agir em crueldade; ser filho de um Deus cheio de amor e não agir com misericórdia. Características como estas têm de fazer parte também de nosso caráter. Não por força, por obrigação, mas porque nascemos d'Ele e com Ele que devemos nos parecer. 

Deus e seu senso de paternidade nos cerca em todos os momentos, e junto com isso vem tudo que Ele é, nos levando a perceber que assim devemos ser: como o Pai é. Deus não mente, então devemos ser verdadeiros. Ele é ajudador, logo sejamos suporte um dos outros. Nele só há luz, e que possamos cada dia mais brilhar essa luz. Em Deus há ausência do mal, então que em nós seja ausente a perversidade, a malícia, a ira e as contendas. Se Deus nos corrige em amor, então não sejamos severos com aqueles que erram.

Se ele é irrepreensível, então andemos de modo que não possamos dar motivo para que falem de nós. Que possamos nos moldar ao caráter de Deus de modo que sejamos como ele. Eu gosto quando dizem de mim: "Nossa, mas ela tem o jeito todo do pai". Mas me alegra muito mais quando olham e reconhecem: "De fato, ela está em Deus e Deus está nela." Somos feitos para sermos à imagem e semelhança eele.

Medite sobre essas coisas, veja se há em você algo que não vem do caráter de Deus e mude, se molde. Que façamos valer a expressão : "Tal Pai, tal filho", numa geração onde tantos valores foram corrompidos.Você está disposto a ser "a cara do Pai"?

2 comentários:

Luciana Honorata disse...

Muito bom, Thay! Obrigada por compartilhar! :)

Thayanna Cunha disse...

Obrigada Lu